Dentro da psicologia do trânsito, sabe-se que a avaliação psicológica é função privativa do psicólogo conforme a Lei 4.119/62, da qual dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo. A avaliação psicológica é uma das mais antigas modalidades de atuação da psicologia no Brasil refere-se à obtenção, à coleta, à análise e às interpretações de informações psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos confiáveis que possibilitam ao psicólogo avaliar um comportamento, nenhum laudo é construído com base em apenas um “teste” mas, em uma junção de técnicas.
A avaliação psicológica popularmente conhecida como “exame psicotécnico”, é obrigatória para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, renovação da CNH com atividade remunerada; mudança de Categoria da CNH; reabilitação para CNH; registro de CNH estrangeira e acreditamos ser de suma importância para a sociedade. Através da avaliação o Psicólogo Perito Examinador de trânsito consegue identificar em cada candidato habilidades necessárias para conduzir um veículo automotor, como por exemplo, comportamento adequado no trânsito, boa atenção, memória, inteligência, bom raciocínio, orientação espacial entre os diversos aspectos de personalidade, em especial os relacionados a controle emocional, ansiedade, impulsividade e agressividade.
O que observamos diariamente no CAC é que muitas vezes as pessoas chegam até o psicólogo com muita resistência, não dando muita importância no processo de avaliação psicológica, acham que a Carteira Nacional de Habilitação é um direito e independente do parecer do psicólogo, quer continuar com o processo, mostrando muitas vezes nesse momento a forma que se comporta para resolver seus problemas diários. No nosso trabalho, observamos que nem todos que passam pelo processo de avaliação psicológica possuem habilidades necessárias para conduzir um veículo automotor. Muitas vezes o psicólogo se depara com situações em que o candidato não possui as mínimas condições psicológicas para dirigir um veículo, muitos chegam ao CAC completamente alcoolizado ou dirigindo sem a carteira de habilitação, entre outras situações. Não podemos esquecer que a avaliação começa desde a entrada do candidato no CAC, e é por tudo isso que devemos ter consciência que a avaliação psicológica contribui para prevenir os riscos de acidentes de trânsito.
Márcia Peirão Schmidt – Psicóloga Perita Examinadora de trânsito. Pós-graduada em Psicologia do Trânsito.
