terça-feira, 17 de março de 2015

A luta por um trânsito mais seguro.

Há muito tempo venho falando sobre os acidentes de trânsito, não só eu, mas meus colegas de profissão e formação. A luta por um trânsito mais seguro vem de longa data, e está se tornando cansativo e repetitivo ficar clicando na mesma tecla. Não ver avanço, perceber que nos seminários estão lá os fiéis de sempre, discutindo e debatendo o mesmo tema sempre, e percebendo a falta de interesse e o descaso com o tema, que só aparece na mídia quando acontece uma tragédia como o caso recente em Santa Catarina, onde morreram cinquenta e uma pessoas em um único acidente. Isso trás repercussão. Não desmerecendo a tragédia, mas no Brasil, certa de cento e cinquenta pessoas morrem todos os dias em acidente de trânsito, sessenta mil por ano, sem contar os que ficam com alguma deficiência. Isso era pra ser tema diário nos jornais, nos debates políticos, nas escolas e com nossos familiares. O trânsito não provoca somente acidentes nas vias, mais interfere na vida das pessoas. Nem o tempo que cicatriza nossas feridas é capaz de cicatrizar completamente uma perda dessas, só quem já perdeu algum ente querido sabe o que estou falando, nem vem ao caso comparar os tipos de perda, até porque todas são doloridas, mas lembrar da importância de um trânsito seguro, isso não me canso, as vítimas, os jóvens, os idosos, os profissionais do transporte, condutores, enfim, todos os cidadãos merecem que eu não desista de lutar por um trânsito mais seguro e mais humano. Infelizmente as estatísticas mostram que o acidente está muito próximo, não queremos acreditar nisso, mas basta parar para pensar e perceber, quantos acidentes já sofremos, se não sofremos, mas que algum parente já sofreu, amigo ou que felizmente conseguimos evitar. Um trânsito seguro é um direito de todos, quando digo todos, são todos mesmos, motoristas, passageiros, ciclistas, pedestres, crianças, jovens, idosos, o trânsito não é só dos veículos, nem só para motoristas ou pedestres e sim de todos.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Baliza – O fantasma dos candidatos à habilitação


Um dos fantasmas que sempre assombrou os candidatos a se tornarem condutores é o da ‘BALIZA’, que é o estacionamento do veículo da categoria para a qual se está habilitando em vaga de espaço determinado, como se estivesse a estacionar na via pública.   A Resolução 168 do Contran, com alterações da 169, notória pelas exigências com relação aos cursos de direção defensiva e primeiros socorros na renovação da carteira, estabeleceu também critérios para exame prático na primeira habilitação, dentre elas para a ‘baliza’.


O Art. 16 da Resolução 168 estabelece que a área para estacionamento será do comprimento total do veículo acrescido em mais 40% e também de sua largura acrescida também de mais 40%.  Isso significa que dependendo do veículo que se faça a prova prática haverá alteração do espaço para o estacionamento, proporcional às dimensões do veículo.  Para que não haja perda de tempo na hora do exame, praticamente os Detrans teriam que demarcar diferentes posições para instalar a ‘baliza’, sendo uma destinada ao Ford Ka, outra para o VW Gol, e assim para cada modelo diferente de veículo. O problema desse critério nos parece residir na largura, pois num carro estreito de 1,50m de largura, a largura da baliza deve ser de 0,60m, que por si só já é uma infração de trânsito por estacionar a mais que 0,50m do meio-fio. Ora, se ele está dentro da área delimitada nos parece óbvio que não pode ser considerado irregular o estacionamento, devendo prevalecer a delimitação da área mesmo estando mais afastado do que a regra geral determina. Quero ver o que os Detrans farão no dia que alguém aparecer para fazer baliza com um Hummer, cuja largura é de 2,60m, aliás, largura máxima autorizada para veículos.


Outro problema a ser enfrentado é o tempo para execução da manobra.  Este pode variar de2 a5 minutos para categoria ‘B’,3 a6 para ‘C’ e ‘D’, e6 a9 para cat. ‘E’, em três tentativas.  Além de não saber o que fazer com a pessoa que demore menos tempo que o mínimo, não está claro se o tempo determinado é para a somatória das três tentativas, ou se o tempo máximo é para cada uma das tentativas individualmente tratadas.  Pior ainda, o que é uma ‘tentativa’? Quando ela se inicia e quando acaba para ser considerada uma tentativa? Quantas vezes o carro tem que ir pra frente e pra trás?


Pelo jeito o fantasma continuará assombrando, agora não só os candidatos, mas também os Detrans, já que aqueles terão muitos argumentos para contestar reprovações, lembrando que agora esta é uma falta eliminatória. Muitas pessoas reprovadas pensavam que a baliza já era eliminatória, o que não é verdade, pois o que ocorria é que os Detrans lançavam duas irregularidades (avançar sobre o balizamento somada a descontrolar-se), num visível bis in idem, e acabavam por criar a falta eliminatória na baliza. Era mentira, agora é verdade...

Fonte: Portal do Trânsito, por Marcelo Araújo.